domingo, 5 de dezembro de 2010

Consciência tranquila, memória ruim.

Tem um ditado que diz que uma consciência tranquila pode se basear em uma memória ruim. Abaixo um texto interessante sobre o tema.


A guerra é péssima para a memória

A dificuldade para lembrar e assumir os episódios mais traumáticos do passado é comum a pessoas e países. Cada um remodela sua lembrança, e falta tempo para assimilar uma história global

Jacinto Antón
Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves
Visite o site do El País: http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/elpais/2008/11/05/ult581u2893.jhtm


Matou alguém? "Não sei. Nunca se sabe. Todos atiram. Você atira..." Cirilo Carranza, 87 anos, não vacilou até agora. Abriu sua memória com uma exatidão surpreendente, lembrando fatos de 70 anos atrás: a marcha para o Ebro com a 13ª Brigada Internacional, entre campos onde os agricultores deixavam sua tarefa para animá-los levantando o punho e gritando "Viva a República!"; a travessia do rio em 25 de julho de 1938 às 24 horas. "Como passei? De barco, em silêncio; o medo o torna silencioso. Se havia perigo? Claro!"; o ataque da aviação na planície de Corbera - "Nos metralhou a esquadrilha de Morato, filhos da mãe, com seus Mecheresmits" [pronuncia assim, com stacato raivoso, e não Messerschmitts]. "Se nos apanham na serra de Pàndols, onde não se podia esconder, cavar, eu estaria morto"; o assalto "dos mouros, gente ruim, até hoje não posso nem vê-los"; a ocasião em que pela primeira vez em anos comeram bananas; os poloneses da brigada gritando "Curva!" - "Sabe o que significa? Sim, prostituta"; a retirada, "muito organizada", protegidos pela "Gloriosa, nossa aviação".

Ele lembrou, sorvendo seu café com leite e traçando linhas com os dedos sobre a mesa gasta do bar, posições e movimentos. Lembrou o conhaque com que enchia o cantil, as bolachas e o marmelo, o peso de seu fuzil, "um fuzil russo, mais alto que eu, muito ruim, que com dois tiros emperrava, sorte das bombas de mão". Mas em sua memória, embora haja mortos - "Às vezes tínhamos de enterrá-los porque cheiravam mal" -, Cirilo não mata ninguém, nem vê ninguém morrer. "Se você avança não pára porque alguém caiu, e se voltar, menos ainda; ninguém olha para trás."

O depoimento de Carranza, nascido em Barakaldo mas criado em Badalona, que se alistou como voluntário com 17 anos e, homem áspero mas honesto, continua fiel ao ideário revolucionário - "Quê? Você trabalhava no domingo? Que merda! Para isso fizemos a guerra?" -, é muito diferente do de outro veterano, de outra contenda, o alemão Peter Brill, 85 anos, piloto de caça da Luftwaffe na Segunda Guerra Mundial. Mas guarda pontos de contato em algo essencial: para ele também é difícil reconhecer que matou alguém.

No terraço de sua casa em Barcelona - curiosamente vizinha à de Jordi Pujol -, enquanto caem as sombras e revoa um par de morcegos, Brill evoca sua peripécia na Jagdgeschwader 77 (esquadrilha de caça). Começou seus vôos de combate na frente ocidental, nada menos que na operação Bodenplatte, o desesperado ataque de caças aos campos de pouso aliados na Bélgica e Holanda em janeiro de 1945. Depois passou para a frente leste.

O ex-piloto da Luftwaffe também lembra com pormenores, enquanto a brisa move suavemente as maquetes de aviões penduradas no quarto aberto para o terraço. Lembra a carlinga do Messerchmitt-109, que se fechava como um caixão. O conselho de "nunca ir para baixo" quando era perseguido por um Mustang, muito mais rápido ao picar. A ocasião em que o motor de seu avião parou a 8.000 metros sobre território russo, ou aquela em que os bombardeiros soviéticos se defenderam "lançando granadas de pára-quedas sobre nossos caças". Quarenta combates.

Não quer recordar se fez derrubadas até depois de um bom tempo de conversa. "Não digo!" então sim, quando a noite apagou seu interlocutor, chega a confidência: "Derrubei quatro russos. Os matei, com certeza. Você atira com tudo. O avião se destroça. Ninguém sai vivo. Não gosto de falar disso. Não estou orgulhoso."

O piloto octogenário, o velho soldado republicano... "A memória é o que a gente quer recordar", indica o historiador Ronald Fraser, autor de "Recuérdalo tú, y recuérdalo a otros" [Lembre você e lembre aos outros] (ed. Crítica), sobre a experiência de mais de 300 pessoas durante a Guerra Civil espanhola. "De todos esses entrevistados não encontrei nenhum que tivesse matado alguém", continua, agitando a cabeça enquanto bebe água no bar de seu hotel, durante uma visita a Barcelona. "É muito interessante, as pessoas não querem lembrar o que não é socialmente permitido." Como no caso de Carranza, de Brill ou daquele outro piloto, José Sandoval, ás da aviação republicana no comando de seu Chato, que nunca quis falar de suas derrubadas. "Sim, sim, é assim, muito curioso."

E é possível recuperar a memória global da história, com tanta lacuna? "Não, não há uma memória. A memória é subjetiva e individual. Cada um tem a sua. E é uma memória remodelada, uma rememória. Em boa parte, as pessoas montam suas próprias recordações. Não se pode confiar muito no relato objetivo. Mais nas motivações, porque se as pessoas não tivessem feito o que fizeram não teria acontecido o que aconteceu."

Para Fraser, a única materialização tangível da memória "são as fossas comuns, e mesmo nesse caso é preciso ir com muito cuidado, ser muito rigoroso. Já vi números muito exagerados em alguns lugares, em Valência, por exemplo. Deveria ser feito um controle refinado de tudo isso, em nível de Estado. Se não há um padrão, uma norma, cada região fará o seu a sua maneira e não conseguiremos cifras exatas e indiscutíveis".

Se as pessoas têm dificuldade para assumir seu passado, os países agem igualmente, ocultando ou negando os acontecimentos que para eles são traumáticos ou vergonhosos. Os japoneses insistem em ignorar sua responsabilidade e até negam a invasão da China. Os italianos deixavam passear de bicicleta por Roma o SS Erich Priebke, um dos carrascos das Fossas Ardeatinas.

Neste verão se viveu mais uma tentativa de fechar uma dessas grandes cicatrizes da memória que possui a vizinha França: o massacre de Oradour-sur-Glane, no Limousin. Em 10 de junho de 1944, efetivos da 2ª Divisão Panzer das Waffen-SS, a duríssima Das Reich, curtida e enrijecida na frente leste, assassinaram 642 pessoas - entre elas 245 mulheres, 207 crianças e o abade Chapelle, paradoxalmente partidário de Petain - e arrasaram a cidade em uma orgia de horror (chegou-se a atirar um menino ao forno do padeiro) vagamente justificada pelo suposto apoio da localidade à Resistência. Depois da guerra, na hora de julgar os fatos, a França se encontrou com a desagradável surpresa de que 14 dos SS acusados de participar do massacre eram alsacianos: 13 "Malgré nous" (incorporados à força ao exército nazista), mas também um voluntário. As sentenças foram muito brandas, o que provocou indignação por um lado, mas também o desagrado da Alsácia-Lorena, na consideração de que seus jovens tinham sido usados como bodes-expiatórios.

O assunto, a ponta do iceberg da participação francesa no exército de Hitler (47 mil alsacianos morreram ou desapareceram lutando sob as bandeiras nazistas no leste e um batalhão da Divisão das SS Carlos Magno, de voluntários franceses, esteve entre a nata dos defensores de Berlim), para não falar no colaboracionismo, continua sem estar totalmente resolvido. Os automóveis com placa dos departamentos da Alsácia foram tradicionalmente apedrejados em Oradour e no Limousin em geral, região onde os "maquisards" da Resistência foram muito castigados pelos nazistas (e não só ali: 105 homens acusados de fazer parte do maquis de Manises foram fuzilados em 12 de junho de 1944 nas Ardenas por um comando do 36º Regimento de Carros da Whermacht no qual também havia voluntários alsacianos).

Em seu livro sobre a sangrenta marcha da SS Das Reich através da França rumo à Normandia ("Das Reich", Pan Books, 1981), o historiador Max Hastings sugere que a conexão nacional com a chacina de Oradour poderia ser ainda mais sinistra: os nazistas teriam escolhido como alvo o povoado - um absurdo do ponto de vista militar - por causa de informações de uma fonte francesa ingênua ou mal-intencionada.

Em junho passado, no 64º aniversário do massacre, houve a enésima tentativa de reconciliação e do ato em memória das vítimas participaram Raphël Nisand, prefeito da alsaciana Schistigheim, que faz parte da comunidade urbana de Estrasburgo, e Jean Marie Bockel, que simbolicamente une a sua condição de secretário de Estado da Defesa e ex-combatente da Resistência o fato de ser alsaciano. Bockel reconheceu que é inegável que houve alsacianos que compartilharam a ideologia nazista, e ao mesmo tempo lembrou que entre os mártires de Oradour havia famílias alsacianas. O prefeito de Oradour, Raymond Frugier, é a favor da reconciliação, mas não muito antes teve de engolir o sapo de ver morrer de velhice, em sua cama e sem remorsos, com 86 anos, um dos piores sujeitos (e havia muitos), o sargento Heinz Barth, que se vangloriou diante de seu pelotão a caminho do povoado: "Hoje vocês vão ver correr sangue". Frugier disse: "Por crimes como esses uma pessoa não deveria ser perdoada".

Problemas com a memória como os de Oradour na França existem em todos os países. "Sim, claro", afirma Fraser. "A França não fez o que deveria fazer. Essas feridas demoram muito para sarar. Inclusive nos EUA de alguma maneira a brecha da Guerra Civil entre o norte e o sul se perpetuou por 150 anos. Na Espanha as feridas são maiores, especialmente entre os vencidos. Mas a sociedade espanhola está suficientemente madura para assimilar seu passado. É melhor assumir do que reprimir. Se não, sempre volta por caminhos inesperados."

Vocês, britânicos, também têm os seus, eu digo ao historiador; para não falar de que os incomodou ouvir que Montgomery era gay, aí está o recente problema com os gurkhas, as tropas mercenárias nepalesas que lutaram ferozmente pelo império e aos quais demoraram tanto a conceder direitos de cidadania. Inclusive dois vencedores da Segunda Guerra Mundial da Cruz de Vitória, a maior recompensa ao valor, Lachhiman Gurung, de 91 anos, e Tul Bahadur, de 86, tiveram de dar a cara e - como as legiões amotinadas do Reno diante de Germânico - mostrar suas cicatrizes nos tribunais.

Às vezes é mais fácil lutar com granadas contra os japoneses do que contra a memória fraca de um povo. "Sim, é incrível, essa gente que lutou na primeira linha por nós, tão valentes, e regateiam suas pensões. Na Grã-Bretanha temos outros casos: continuamos vivendo Dunquerque como uma vitória, quando foi uma grande derrota. Ou os bombardeios sobre a Alemanha: ainda se acredita que foram justificados, é difícil assumir que tanto sofrimento não serviu para encurtar a guerra. Esquecer, adaptar à memória a nossa conveniência, é uma reação humana comum, em nível mundial. Como você administra a memória tem a ver com o destino que tiveram as populações depois dos traumas. A Alemanha foi obrigada a assumir sua culpa em Nuremberg. Para o vencido a memória sempre é muito problemática."

Uma guerra fratricida é ruim para a memória. "E mais que isso. Na Espanha houve um grande silêncio entre os que a viveram. Ninguém falava disso com seus filhos. Silêncio e esquecimento. Creio que em seu foro íntimo, com o passar dos anos, todos, inclusive os vencedores, pensavam que nada valia a pena uma guerra civil. Agora parece que as pessoas estão dispostas a falar. Mas nunca se poderá fazer uma recuperação total. É preciso assumir as feridas que restaram do conflito."

Fraser duvida quando lhe pergunto se confrontar as pessoas com sua memória, fazê-las recordar, tem um valor catártico: "Eu não saberia dizer, mas houve um caso, um capitão de artilharia que eu entrevistei e que participou da tomada do Quartel de la Montaña. Depois de lembrar tudo, sofreu um infarto. Imagine, um homem que havia sobrevivido à guerra e eu quase o matei ao fazê-lo recordar."

Mulheres X Homens

Entendendo definitivamente os homens. Uma visão real.
(Texto atribuído a Arnaldo Jabor.)

Foi lendo um monte de besteiras que as mulheres escrevem em livros sobre o
'universo masculino', que resolvi escrever esse e-mail. Não tenho objetivo
de 'revelar' os segredos dos homens, mas amigos, me desculpem. Não se
trata de quebrar nosso código de ética. Isso vai ajudar as mulheres a
entenderem os homens e, enfim, pararem de tentar nos mudar com métodos
ineficazes. Vou começar de sola. Se não estiver preparada nem continue a
ler. E digo com segurança: o que escrevo aqui se aplica a 99,9% dos homens
baianos e brasileiros (sem medo de errar).



Não existe homem fiel. Você já pode ter ouvido isso algumas vezes, mas
afirmo com propriedade. Não é desabafo. É palavra de homem que conhece
muitos homens e que conhecem, por sua vez, muitos homens. Nenhum homem é
fiel, mas pode estar fiel, ou porque está apaixonado (algo que não dura
muito tempo - no máximo alguns meses - nem se iluda) ou porque está
cercado por todos os lados (veremos adiante que não adianta cercá-lo: isso
vai se voltar contra você). A única exceção é o crente extremamente
convicto. Se você quer um homem que seja fiel, procure um crente daqueles
bitolados, mas agüente as outras conseqüências.



Não desanime. O homem é capaz de te trair e de te amar ao mesmo tempo. A traição do homem é hormonal, efêmera, para satisfazer a lascívia. Não é como a da mulher. Mulher tem que admirar para trair; ter algum envolvimento. O homem só precisa de uma bunda. A mulher precisa de um
motivo para trair, o homem precisa de uma mulher. proteja e lhe dê carinho.
O homem é mais voltado para a profissão e para a realização pessoal e a
realização pessoal dele vem de diversas formas: pode vir com o sentimento
de paternidade, com uma família estruturada, etc., mas nunca vai vir se
não puder ter acesso a outras fêmeas e se não puder ter relativo sucesso
na profissão. Se você cercar seu homem (tipo, mulher que é sócia do marido
na empresa; o cara não dá um passo no dia-a-dia sem ela) você vai
sufocá-lo de tal forma que ele pode até não ter espaço para lhe trair, mas
ou seu casamento vai durar pouco, ele vai ser gordo (vai buscar a fuga na
comida) e vai ser pobre (por que não vai ter a cabeça tranqüila para se
desenvolver profissionalmente. (Vai ser um cara sem ambição e sem futuro).










Não tente mudar para seu homem ser fiel. Não adianta. Silicone, curso de
dança sensual, se vestir de enfermeira, etc... nada disso vai adiantar. É
lógico que quanto mais largada você for, menor a vontade do homem de ficar
com você e maior as chances do divórcio. Se ser perfeita adiantasse Julia
Roberts não tinha casado três vezes. Até Gisele Bunchen foi largada por Di
Caprio, não é você que vai ser diferente (mas é bom não desanimar e sempre
dar aquela malhadinha). O segredo é dar espaço para o homem viajar nos
seus desejos: na maioria das vezes, quando ele não está sufocado pela
mulher ele nem chega a trair, fica só nas paqueras, troca de olhares.
Finja que não sabe que ele dá umas pegadas por fora. Isso é o segredo para
um bom casamento. Deixe ele se distrair, todos precisam de lazer.



Se você busca o homem perfeito, pode continuar vendo novela das seis. Eles
não existem nesse conceito que você imagina. Os homens perfeitos de hoje
são aqueles bem desenvolvidos profissionalmente, que traem esporadicamente
(uma vez a cada dois meses, por exemplo), mas que respeitam a mulher, ou
seja, não gastam o dinheiro da família com amantes, não constituem outra
família, não traem muitas vezes, não mantêm relações várias vezes com a
mesma mulher (para não criar vínculos) e, sobretudo, são muuuuuito
discretos: não deixam a esposa saber (e nem ninguém da sua relação, como
amigas, familiares, etc.). Só, e somente só, um ou outro amigo DELE deve
saber, faz parte do prazer do homem contar vantagem sexual. Pegar e não
falar para os amigos é pior do que não pegar. As traições do homem
perfeito geralmente são numa escapulida numa boate, ou com uma garota de
programa (usando camisinha e sem fazer sexo oral nela), ou mesmo com uma
mulher casada de passagem por sua cidade. O homem perfeito nunca trai com
mulheres solteiras. Elas são causadoras de problemas. Isso remete ao
próximo tópico.



ESSE TÓPICO NÃO É PARA AS ESPOSAS - É PARA AS SOLTEIRAS OU AMANTES:

Esqueçam de uma vez por todas esse negócio de homem não gosta de mulher
fácil. Homem adora mulher fácil. Se 'der' de prima então, é o máximo. Todo
homem sabe que não existe mulher santa. Se ela está se fazendo de difícil
ele parte para outra. A demanda é muito maior do que a procura. O mercado
tá cheio de mulher gostosa. O que homem não gosta é de mulher que liga no
dia seguinte. Isso não é ser fácil, é ser problemática (mulher problema).
Ou, como se diz na gíria, é pepino puro. O fato de você não ligar para o
homem e ele gostar de você não quer dizer que foi por você se fazer de
difícil, mas sim por você não representar ameaça para ele. Ele vai ficar
com tanta simpatia por você que você pode até conseguir fisgá-lo e
roubá-lo da mulher. Ele vai começar a se envolver sem perceber. Vai
começar ELE a te procurar. Se ele não te procurar era porque ele só queria
aquilo mesmo. Parta para outro e deixe esse de stand by. Não vá se vingar,
você só piora a situação e não lucra nada com isso. Não se sinta usada,
você também fez uso do corpo dele - faz parte do jogo; guarde como um
momento bom de sua vida.



90% dos homens não querem nada sério. Os 10% restantes estão
momentaneamente cansados da vida de balada ou estão ficando com má fama
por não estarem casados ou enamorados; por isso procuram casamento.
Portanto, são máximas as chances do homem mentir em quase tudo que te fala
no primeiro encontro (ele só quer te comer, sempre). Não seja idiota,
aproveite o momento, finja que acredita que ele está apaixonado e dê logo
para ele (e corra o risco de fisgá-lo) ou então nem saia com ele. Fazer
doce só agrava a situação, estamos em 2007 e não em 1957. Esqueça os
conselhos da sua avó, os tempos são outros.



Para ser uma boa esposa e para ter um casamento pelo resto da vida faça o
seguinte: Tente achar o homem perfeito do 5º item, dê espaço para ele. Não
o sufoque. Ele precisa de um tempo para sua satisfação. Seja uma boa
esposa, mantenha-se bonita, malhe, tenha uma profissão (não seja dona de
casa), seja independente e mantenha o clima legal em casa. Nada de
sufocos, de 'conversar sobre a relação', de ficar mexendo no celular dele,
de ficar apertando o cerco, etc. Você pode até criar 'muros' para ele, mas
crie muros invisíveis e não muito altos. Se ele perceber ou ficar sem
saída, vai se sentir ameaçado e o casamento vai começar a ruir.

A última dica:



Se você está revoltada por este e-mail, aqui vai um conselho: vá tomar uma
água e volte para ler com o espírito desarmado. Se revoltar quanto ao que
está escrito não vai resolver nada em sua vida. Acreditar que o que está
aqui é mentira ou exagero pode ser uma boa técnica (iludir-se faz parte da
vida, se você é dessas, boa sorte!). Mas tudo é a pura verdade. Seu
marido/noivo/namorado te ama, tenha certeza, senão não estaria com você,
mas trair é como um remédio; um lubrificante para o motor do carro. Isso é
científico. O homem que você deve buscar para ser feliz é o homem perfeito
do item 5º. Diferente disso ou é crente, ou viado ou tem algum trauma (e
na maioria dos casos vão ser pobres). O que você procura pode ser
impossível de achar, então, procure algo que você pode achar e seja feliz
ao invés de passar a vida inteira procurando algo indefectível que você
nunca vai encontrar. Espero ter ajudado em alguma coisa. Agora, depois de
tudo isso dito, cadê a coragem de mandar este e-mail para minha mulher??

Texto atribuído a Jabor: Eu chamaria de egoísmo x altruísmo

Será que a opinião pública está tão interessada assim na visão que Narcisa
Tamborindeguy ou Adriane Galisteu têm da vida? A julgar pelo espaço que a
mídia dedica a esse tipo de formador (?????) de opinião, o Brasil virou um
imenso Castelo de Caras. Adriane Galisteu, após o seu casamento relâmpago,
falou às páginas amarelas de "Veja" e deu aula magna de insensibilidade,
egoísmo e... sinceridade! Estranha mistura, mas a moça tem razão quando se
diz sincera. Ela não engana, revela‑se de corpo (e que corpo!) inteiro, e o
retrato que aparece é assustador! Adriane teve uma infância atribulada,
perdeu o pai aos 15 anos, ainda pobre, e um irmão com AIDS quando já não era
tão pobre. "Eu não tinha um tostão, não tinha dinheiro para comprar um
pastel. Meu irmão estava doente. Minha mãe ganhava 190 reais do INSS, meu
pai já tinha morrido. Eu sustentava todo mundo e não tinha poupança
alguma". Peço licença a Adriane, mas vou falar de outra infância triste
de mulher,a de Rosa Célia Barbosa. Seu perfil ‑ admirável ‑ surgiu em
recente reportagem da "Vejinha" sobre os melhores médicos do Rio de Janeiro.
Alagoana, pequena, 1m50cm, começou a sua odisséia aos sete anos. Largada
num orfanato em Botafogo, Rosa Célia chorou durante meses. Toda a mulher de
saia eu achava que era a minha mãe que vinha me buscar. Depois de um
tempo, desisti.". Voltemos a Adriane Galisteu. Ela é rica, bem sucedida, e
"nem na metade da escada ainda". A escada, não deixa de ser uma boa imagem
para alguém que ‑ como uma verdadeira Scarlet O´Hara de tempos neoliberais
(muito mais neo que liberais) ‑ resolveu que nunca mais vai passar fome. Até
aí, tudo bem; mas é desconcertante ver como o sofrimento pode levar à total
insensibilidade. Pergunta da repórter a Adriane se ela faria algo para o bem
do outro: "Para o bem do outro? Não, só faço pelo meu bem. Essa coisa de dar
sem cobrar, dar sem pedir, não existe. Depois, você acaba jogando isso
na cara do outro." "Você nunca cede, então?" "Cedo, claro que cedo. Já cedi
em coisas que não afetam a minha vida. Ele gosta de dormir em lençol
de linho
>>>> e eu gosto de dormir em lençol de seda. Aí dá para ceder..." Rosa Célia
fez vestibular de medicina quando morava de favor num
quartinho e trabalhava para manter‑se. Formou‑se e resolveu dedicar‑se à
cardiologia neonatal e infantil, quando trabalhava no Hospital da Lagoa. Sem
saber inglês, meteu na cabeça que teria que estudar no
National Heart Hospital, em Londres, com Jane Sommerville, a maior
especialista mundial no assunto. Estudou inglês e conseguiu uma bolsa e uma
carta da Dra. Sommerville. Em Londres, era gozada pelos colegas ingleses por
causa de seu inglês jeca. Ganhou o respeito geral quando acertou um
diagnóstico difícil numa paciente escocesa, após examiná‑la por oito horas
seguidas. "Ela falava um inglês ainda pior do que o eu", lembra Rosa Célia
divertida.
Adriane Galisteu está rica, mas não confia em ninguém, salvo na mãe Nem nos
amigos. Vejam: "Eu não posso sair confiando nas pessoas". Não tenho
motorista, nem segurança, por isso mesmo. É mais gente para te trair. Eu
confio mais nos bichos do que nas pessoas. Ainda existem pessoas que acham
que eu tenho amnésia. Muitas das que convivem comigo hoje já me viraram a
cara quando estava por baixo. Mas você pensa que eu as trato mal? Trato com
a maior naturalidade. Porque elas podem até me usar, mas eu
vou usá‑las também. "É uma troca." De Londres, Rosa Célia iria direto para
Houston, nos Estados Unidos. Fora escolhida e convidada para a Meca da
cardiologia mundial. Futuro brilhante a aguardava. Uma gravidez inesperada
atrapalhou o sonho. Pediu 24 horas para pensar e optou pelo filho, voltando
ao Rio de Janeiro. Reassumiu seu cargo no Hospital da Lagoa e abriu
consultório. Mas todo ano
viaja para estudar. Passa no mínimo um mês no Children´s Hospital, em
Boston, trabalhando 12 horas por dia. "Você gosta de dinheiro, (Adriane)?"
"Adoro dinheiro e detesto hipocrisia". Gasto, gosto de gastar, gosto de não
fazer conta, de viajar de primeira classe. Tem gente que fala: esse dinheiro
que ganhei eu vou doar... O meu eu não dôo não. O meu eu dôo é para a minha
conta. Eu adoro fazer o bem, mas também tenho minhas prioridades: minha
casa, minha família. Primeiro vou ajudar quem está mais próximo. "Mas
faço minhas campanhas beneficentes." Rosa Célia atualmente chefia um
sofisticadíssimo centro cardiológico, o Pró‑Cardíaco. Lá são tratados casos
limite, histórias tristes. O hospital é privado e caríssimo, mas ela achou
um jeito de operar ali crianças sem posses. Criou uma ONG, passa o chapéu,
fala com amigos e com empresários. O seu Projeto Pró‑Criança já atendeu mais
de 500, e 120
foram operadas. Sonhei a vida inteira e fiz. Não importou ser pobre, mulher,
baixinha, alagoana. Eu fiz." Voltemos a Adriane Galisteu e esbarraremos,
brutalmente, na frustração. Já tive vontade de viajar e não podia. Queria
ter um carro e não tinha. Queria ter feito uma faculdade e não tive
dinheiro. Não que eu sinta falta de livros, porque livro a gente compra na
esquina, e conhecimento a gente adquire na vida. Eu sinto falta é de contar
para os amigos essas histórias que todo mundo tem, do tempo da
faculdade. Duas vidas, dois perfis fora da normalidade, matéria‑prima para
os órgãos de imprensa. Mas qual é a mais valorizada pela mídia hoje em dia?
É fácil constatar e chegar à conclusão de que há algo muito errado com a
nossa sociedade. Pode ser até que o leitor tenha interesse mórbido
em saber o que as louras e morenas burras ou muito espertas andam fazendo,
mas a mídia não deve limitar‑se a refletir e a conformar‑se com a
mediocridade, o vazio, o oportunismo e a falta de ética. Os órgãos de
imprensa devem ter um papel transformador na sociedade e, nesse sentido,
estaríamos melhor servidos se houvesse mais Rosas Célias nos jornais, nas
revistas e TVs que nos cercam. Voltando ao Castelo de Caras, as belas
Adrianes, Narcisas, Lucianas,Suzanas ou Carlas, certamente encontrarão lá um
espelho mágico... Se for mesmo mágico dirá que Rosa Célia é mais bela do que
todas vocês.

Alguém ter muito, muito dinheiro, é injusto com os pobres?

Leia esta e outras respostas nos 'sete pecados capitais' segundo Mahatma Gandhi:

1. política sem princípios;

2. riqueza sem trabalho;

3. prazer sem consciência;

4. conhecimento sem caráter;

5. comércio sem moralidade;

6. ciência sem humanidade;

7. devoção sem sacrifício

Fala a um antigo amigo

Meu Amigo Pedro (letra do mestre Raul), ouça em http://www.youtube.com/watch?v=oU2aGLfmZvg


Muitas vezes Pedro você fala

Sempre a se queixar da solidão

quem te fez com ferro fez com fogo, Pedro

É pena que você não sabe não

Vai pro seu trabalho todo dia

Sem saber se é bom ou se é ruim

quando quer chorar vai ao banheiro

Pedro, as coisas não são bem assim

Toda vez que eu sinto o paraíso

Ou me queimo torto no inferno

Eu penso em você meu pobre amigo

Que só usa sempre o mesmo terno

Pedro onde você vai eu também vou

Pedro onde você vai eu também vou


Mas tudo acaba onde co..me..çou

Tente me ensinar das tuas coisas

Que a vida é séria e a guerra é dura

Mas, se não puder cale essa boca, Pedro

E deixa eu viver minha loucura

Lembro Pedro aqueles velhos dias

Quando os dois pensavam sobre o mundo

Hoje eu te chamo de careta

E você me chama de vagabundo

Pedro onde você vai eu também vou

Pedro onde você vai eu também vou

Mas, tudo acaba onde co..me..çou

Todos os caminhos são iguais
O que leva à glória ou a


perdição

Há tantos caminhos, tantas portas

Mas, somente um tem coração

E eu não tenho nada a te dizer

Mas, não me critique como eu sou

Cada um de nós é um universo, Pedro

Onde você vai eu também vou

Pedro onde você vai eu também vou

Pedro onde você vai eu também vou

Mas tudo acaba onde co..me..çou

É que tudo acaba onde co..me..çou

Antigamente "a Lei funcionava" mas doía demais...

SENTENÇA JUDICIAL DATADA DE 1833 - PROVÍNCIA DE SERGIPE

 O adjunto de promotor público, representa contra o cabra Manoel Duda, porque
 no dia 11 do mês de Nossa Senhora Sant'Ana quando a mulher do Xico Bento
 ia para a fonte, já perto dela, o supracitado cabra que estava em uma moita
 de mato, sahiu della de supetão e fez proposta a dita mulher, por quem queria
 para coisa que não se pode trazer a lume, e como ella se recuzasse, o dito
 cabra abrafolou-se dela, deitou-a no chão, deixando as encomendas della
 de fora e ao Deus dará. Elle não conseguiu matrimonio porque ella gritou
 e veio em amparo della Nocreto Correia e Norberto Barbosa, que prenderam
 o cujo
 em flagrante. Dizem as leises que duas testemunhas que assistam a qualquer
 naufrágio do sucesso faz prova.

 CONSIDERO:

 QUE o cabra Manoel Duda agrediu a mulher de Xico Bento para conxambrar com
 ella e fazer chumbregâncias, coisas que só marido della competia conxambrar,porque
 casados pelo regime da Santa Igreja Cathólica Romana; QUE o cabra Manoel
 Duda é um suplicante deboxado que nunca soube respeitar as famílias de suas
 vizinhas, tanto que quis também fazer conxambranas com a Quitéria
 e Clarinha, moças donzellas; QUE Manoel Duda é um sujetio perigoso e que
 se não tiver uma cousa que atenue a perigança dele, amanhan está metendo
 medo até nos homens.

 CONDENO:

 O cabra Manoel Duda, pelo malifício que fez à mulher do Xico Bento, a ser
 CAPADO, capadura que deverá ser feita a MACETE.A execução desta peça deverá
 ser feita na cadeia desta Villa.Nomeio carrasco o carcereiro. Cumpra-se
 e apreguem-se editais nos lugares públicos.
 Manoel Fernandes dos Santos.
 Juiz de Direito da Vila de Porto da Folha Sergipe,
 15 de Outubro de 1833

(Sobre o silêncio): shhh!

Havia numa pequena aldeia esquecida entre as montanhas um confeiteiro mestre. Passou a vida fazendo bolos e doces. Com o tempo não via mais graça em fazer sempre os mesmos e começou a inventar. Os primeiros foram os bombons de chocolate com ar comprimido que – buff – acabavam explodindo no ar, deixando nele um delicioso cheiro de chocolate e alguma erva especial que lhe era misturada. E daí seguiram-se muitos outros.

Também havia nesta aldeia um padre muito zeloso de seu ofício. Estudava muito a bíblia e se empenhava de corpo e alma na pregação de cada sermão que fazia. Tinha porém o terrível hábito de fazer questão de saber se os fiéis realmente tinham sido arrebatados pela palavra divina vinda através de sua boca. Usava um bom critério: o tempo que as pessoas demoravam para voltar a conversar animada e frivolamente após o sermão e o fim do culto. Depois comparava com a impressão que outras atividades causavam.

Excluiu logo de início o sexo, não porque o achasse sem importância, mas porque não via como pesquisá-lo sem sujar-se daqueles que o praticam como que religiosamente.
Quadros bem pintados por exemplo, costumavam gerar o mesmo tempo de enlevo calado que um sermão mediano. O que não fazia sentido era que os melhores sermões perdessem sempre para os doces do confeiteiro.

Sabendo o padre que aquele os preparava no mais absoluto silêncio, chegou a pensar se era obra demoníaca que se ocultava ou se simplesmente aquele silêncio prazeroso que se seguia ao comer não era causado na alma, mas por algum ingrediente qualquer que lhe imitava os efeitos muito perfeitamente.


Um dia chega à aldeia um viajante e escreve a resposta aos questionamentos do padre; e esse, ao ler, se liberta.

Agora, escreve abaixo o que pensas que escreveu o estrangeiro, sim, tu mesmo leitor, escreve!

VIAJANDO PELO MUNDO RICO.

Vivemos num mundo muito rico. A Terra é rica, e não estou falando de dinheiro, mas de momentos e encontros. Mas 'muito rico' aqui não quer dizer maravilhoso, porque há muita dor, muitas injustiças e muita merda também (a gente não gosta nem de ouvir esse “nome” sujo, e quanto à merda em si, queremos dizer que o seu cheiro é culpa do ralo, mas como já perguntaram: “e quem é que usa o banheiro e alimenta o ralo”?).
Há pelo menos tantas porcarias, dos mais diferentes odores e feiuras, quanto beleza, bondade, amor e amizade. Mas, somando tudo,comunicado em todas as línguas, vivido em todos os lugares, praticado em todos os tempos, vivemos, definitivamente, no planeta mais rico do Universo, isso dentre os milhões (serão milhões?) de planetas existentes.
Somos ricos enfim, embora a riqueza não se traduza apenas por felicidade e haja uma recorrente tristeza imposta por um mundo que faz sombra inafastável (como ninguém consegue se afastar da sombra, isso é redundante?) aos nossos sonhos e desejos.
Falando da parte desta riqueza que corresponde à felicidade - porque sendo a tristeza inescapável como é, não precisamos buscar encontrá-la - se cada pessoa pudesse e se dispusesse a, durante toda a sua vida a, apenas aprender e aperfeiçoar o receber e o dar das mais variadas belezas e coisas, ainda assim, não poderia realmente usufruir senão uma pequena parte dessas coisas.
Quem sabe o que a música causa em nós, sabe que senão todas as pessoas, pelo menos a maioria deveria ter pelo menos algum dom musical desenvolvido. Quem já viajou para um país de língua estrangeira (Romênia, por exemplo), gostaria de saber falar pelo menos uma língua, mais universal, que lhe permitisse entrar em contato com as outras culturas.
Mas que língua seria essa? Nem mesmo o inglês chega perto de ser tão universal quanto a música ou outra arte popular que, não importa onde tu estejas, fala aos outros e te permite que os outros, através de suas reações, te falem também.
E o que dizer da riqueza do álcool? Não apenas da infinidade de variações de um mesmo tipo ou de variações de tipos de bebida; mas da riqueza de situações humanas de que o álcool participa. Como dissemos, a riqueza não é apenas boa e há acidentes, brigas, mortes, doenças e outros sofrimentos associados ao consumo do álcool, mas também há a permissão para que a parte natural do animal-homem respire, com um resfôlego, um pouco acima do peso da cultura, da moral e do cotidiano que o soterra.
É um mundo rico porque se viajas, podes encontrar idiotas tão grandes quanto existem em teu próprio país, aliás, podes encontrar idiotas ainda mais idiotas (porque não vais viver no mesmo mundo pequeno que vives em sua pátria, e este será o teu referencial comparativo).
Vais também encontrar pessoas que parecem idiotas mas não são. Pelo seu drama pessoal (a riqueza do mundo faz-se a encontrarem pessoas-momentos felizes e tristes) ou cultura, não conseguem ou não querem lembrar, conhecer ou compartilhar, na riqueza da vida, o momento do outro.
Mas também existem as pessoas especiais, que vais conhecer, às vezes por um pequeno momento, em um simples gesto de educação, solidariedade, amizade ou, enfim, simplesmente, humanidade, que sabes que será apenas por aquele momento e que possivelmente nunca mais a verás. É um mundo tão rico que uma situação tão significativa pode acontecer milhares de vezes, desde que tu tenhas a presença de espírito e corpo para o vivenciar.
É um mundo para aprender, para sorrir, para ansiar, sofrer, desejar, conversar, conhecer, experimentar, surpreender-se.
Mas há algo a fazer quando descobres a beleza e a riqueza do mundo: O que o mundo pede à riqueza, é que ela circule, pois não se cria e não se mantém riqueza sem que ela seja compartilhada, pois a riqueza não é um objeto, é um estado, um modo, ou uma condição, das coisas e das pessoas, que se partilham com as outras coisas e pessoas. Isso é o reconhecimento de um lugar para a 'economia da felicidade', ao lado das atualíssimas 'economia da informação' e 'economia comportamental' (financista).
Dando ou recebendo, não importa a sua ênfase, até porque “é dando que se recebe” e “cada uno dá, lo que recibe, luego recibe lo que dá”, circule a riqueza do mundo que se encontra a sua disposição, ao seu encargo, responsabilidade e usufruto.
A ti, leitor, por fim, desejo Verdade, Realidade e Beleza, enfim, o que já tens.

sábado, 9 de outubro de 2010

Dos amigos:

Tá no inferno, abraça o diabo.

nós capota, mas não brequa.

o que não falta é tatu para me levar para o buraco
Ele, um nórdico, se inclina invasivamente para a frente, com seu corpo de aço, enquanto permanece ladeado de seus úteis e simétricos comparsas. Há contudo uma cortina húmida de gotículas que os separam de nós. Ainda assim, aparte, pretende nos inspirar. Mas eis que um dedo mágico deslizou pelo seu corpo, ou seria pela cortina separadora? Superfície ou substância? E nos deu a visão. A visão que já tínhamos, porque esse toque de agora sempre esteve lá, nasceram juntos e não saberemos jamais se um poderia existir sem o outro.
A substância ou forma SUPER-PROTETORA, protege de tudo, inclusive de pancada, mas não permite o protegido respirar e por isso produz água por baixo... e apodrece.
Hoje eu arrebento. Arrebendo a inércia e torpor que me envolvem e me impedem de fazer. Hoje quero ser "homo fabris". Passa o dia e me encontro com o meu desejo parcialmente realizado. O que é um desejo parcialmente realizado? Isto depende de tuas expectativas. Se depositavas em teu objeto de desejo expectativas de felicidades próprias, elas eram irreais e desleais com a subjetividade dele... sim, o que é inegável objeto para ti, é sujeito para si próprio. Como aposto que te consideras um sujeito quando páras para pensar, embora no dia a dia te trates tanto como objeto quanto tratas aos outros sujeitos. Isso afinal não interessa. E quanto à frustração que te faz diferenciar uma coisa da outra, ela é a tua origem e te acompanha. Sofra, odeie, e assim estarás irmanado em dor com aqueles próximos-distantes-próximos que, sendo ilhas, submergem e emergem todos do mesmo mar de incompreensôes e impotência que você.
Para Franz Kafka o essencial para um artista de verdade era a aliança da paixão criativa com uma profunda humildade. Para você, o que é?
A dúvida é o preço da pureza (Engenheiros do Hawai).

Quando o dinheiro fala, a verdade cala (ditado chinês).

Quando a qualidade fala, a quantidade cala (meu hábito de ficar parafraseando).
Quando digo "eu te perdôo" quero dizer "eu me liberto".
O otimismo exagerado é o ópio dos desesperados. Raphael Matheus
A complexidade e a extensão do conhecimento hoje em dia, nos obriga à especialização; impositiva nem que seja para nos especializarnos em sermos generalistas.

silêncio ou diálogo?

1. - Você veio pelo anúncio?
Ela acena afirmativa e timidamente com a cabeça.
O anúncio procurando por uma namorada muda, certo?
Novo aceno...

2. - Você veio pelo anúncio no qual eu peço a namorada muda?
Não.
Então, ouça-me com atenção, porque essa é a nossa única chance: nossos monólogos devem, juntos, parecer uma conversa... (D. Filgueiras)

quinta-feira, 24 de junho de 2010

- Ei, tu aí, senhor(a) de si!

Veja a unha:
ela sobe e desde,
sobe e desce,
e no movimentar-se do dedo

ela sinaliza chamando para vires ao mundo meu,
ou ir-te ao mundo teu, mas - idiota,
- puta que pariu! - sai da porra de cima deste muro,
antes que minha unha insana em ti se crave

laboriosa e criadora de purulenta ferida
a causar pútrida chaga em tua leitosa consciência hipócrita e presunçosa;
antes que o dia se acabe
com minha unha traçando no céu linhas vertiginosas do teu destino alado,

deposto e encarcerado,
na caixinha de lembranças na qual pensas escondê-lo,
para que ninguém o leve,
como se alguém pudesse querer algo nessas condições tão desgraçadas;

ó bardo beduíno de alma exilada no monumental, ainda não sepulcral,
deserto onde florescem, frutificam e desabrocham,
em mirabolante quantidade e qualidade,
todas as tuas espécies proprietárias de princípios morais e de honra,

mas é lugar triste, onde vagam almas e fantasmas,
assombrando uns aos outros,
onde não se concebem lágrimas ou gargalhadas,
para fender o solo seco do teu coração,
suportado pelo subsolo de água parada que se recusa a subir,
e que lentamente apodrece a tua vida.

se fosses apenas alguém superficial,
os cuidados obsequiosos com o corpo disfarçariam o cheiro!

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Mosca dormindo, águia acordada

Voava como uma águia, e a todo momento se pegava arremetendo com fúria sobre as presas-alimento, a ponto de esquecer que era somente uma mosca ousada e pretensiosa.

Mas tinha sonhos maiores para si e sabia em seu íntimo que era uma águia. Talvez, imaginava, pela trama do destino, tivesse vindo parar em família errada, como certa vez ocorreu a um patinho feio que na verdade era um cisne.

toda vez que encontrava uma guloseima especial e se esbaldava de comer a ponto de adormecer perigosamente sobre o doce, tinha pesadelos de que não era uma águia, mas uma horrenda, nojenta e frágil mosca, isso fritava-lhe os nervos e acordava numa revoada. prometia-se então: "nunca mais vou comer nesse tanto, isso não me faz bem"; mas as tentações eram maiores e não conseguia, tudo acabava se repetindo sempre.

um dia, no meio do pesadelo de mosca, veio-lhe atrás o cozinheiro com o mata-moscas, ela, a águia que dormia, esquivou-se tenazmente, mas atingida, caiu ao chão e começou a agonizar. acordou assim de seu pesadelo de mosca e se propôs pela última vez que, se escapasse desta vez, "nunca mais iria comer muito, dormir mal e sonhar ser mosca"...

A última religião

O materialista é um fiel cultor do Deus-nada. A sua ausência é presença e a sua presença é ausência; em vez de ligar todas as coisas, Ele separa todas as coisas; em vez de mover a tudo, a tudo mantém imóvel.

O mito da atualidade é o Deus-nada, Ele não se importa, não requer, não avisa, não espera, não pode, não ordena e não cria. Ele é o Deus-não.

Como todo Deus único, o Deus-não não aceita a existência de outras forças que determinem o mundo diferente de sua não-vontade.

Na religião do Deus-não, eu como fiel sou cético; eu não creio, não sinto, não dependo, não quero e não preciso.

des-amén e vamos nos consumir!

Condenações no STF: Falta de provas ou de julgamentos?

Em recente manifestação na imprensa, o ministro Marco Aurélio de Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal), atribuiu ao Ministério Público Federal a responsabilidade pela falta de condenações de políticos nos julgamentos daquela Corte. A alegação era de que as investigações e as provas produzidas não eram suficientes. Possivelmente, ele estaria respondendo à pergunta de algum jornalista à pergunta: “Por que não há condenações de políticos no STF?”

Sabe-se que, até hoje, o STF jamais condenou qualquer parlamentar.

Mas, tirando os casos que ganham destaque nas manchetes, de quantas ações estamos falando? O deputado federal Régis de Oliveira, relator da PEC 130/07, apresentou parecer no qual levantou a existência de 53 inquéritos contra senadores e 446 processos ou inquéritos contra 147 deputados (alguns são réus em vários processos), totalizando cerca de 500 processos em trâmite no STF. Certamente, é em relação a esses 500 processos aguardando julgamento que se diz que as provas produzidas pelo Ministério Público e pela polícia são insuficientes.

Pois, para saber se as provas são insuficientes, é preciso analisá-las e isso só se dá durante o julgamento —o que não tem ocorrido no STF.

Para saber, realmente, se existem provas suficientes para uma condenação, ou se as provas são insuficientes, devem ocorrer duas situações. Na primeira, é permitido que elas sejam produzidas —contra parlamentares, é o STF deve autorizar as provas— e, na segunda possibilidade, as provas devem ser examinadas e o processo julgado. E o que tem ocorrido na mais alta Corte do nosso País é que os processos não têm sido julgados.

Parece precipitado atribuir toda a culpa logo ao órgão acusador que, no caso em concreto, tanto depende do Tribunal para investigar.

Restrições judiciais à obtenção de dados fiscais, bancários e telefônicos, muito comuns nesse tipo de processos, também podem impedir a produção de uma prova aprofundada e feita no tempo oportuno. A busca de um bode expiatório, seja ele o Ministério Público Federal, em seu representante máximo, o procurador-geral da República, seja o próprio Supremo Tribunal Federal, não soluciona essa complexa e dolorosa lacuna em nossa democracia, que clama por igualdade. O caminho é o diálogo construtivo entre as instituições.

OS NOHAMUS HABITARAM O PLANETA TERRA ANTES DOS SERES HUMANOS?

OS NOHAMUS HABITARAM O PLANETA TERRA ANTES DOS SERES HUMANOS?
Um estudo do encontro da Ciência com a Ética.

Da redação.

Durante nossa formação escolar e nas reportagens que eventualmente chegam a nossas mãos tratando sobre a origem do Universo e do Homem, não havia se cogitado da possibilidade da existência de outra raça inteligente e avançada que houvesse habitado a Terra.
Tal certeza, destruída pela mais nova e surpreendente descoberta científica dos últimos tempos, baseou-se no fato de que não havia qualquer evidência, rastro ou outro elemento que provasse a existência de uma raça superior mais antiga que o homem.
Aliás, o fato de ser tão antiga é justamente o motivo pelo qual não aparecia qualquer referência sua em nossa recente história de mundo pois, sempre começávamos a narrativa a partir das bactérias e dos seres unicelulares mais primitivos que habitaram a Terra, no que pensamos serem os seus primórdios.
O Prof. Dr. Max Wölfflin, do GIS-D (German Institute of Science), autor da teoria que permitiu a reconstituição virtual da fantástica e trágica trajetória evolutiva desse povo, explica porque demoramos tanto tempo para tomar conhecimento de sua existência: “é que, exatamente onde começávamos a contar nossa história, a partir do primeiro ser unicelular primário que deu origem às espécies de hoje, e antes do qual não havia nada, descobriu-se que este nada teve um tempo certo – aproximadamente 700 milhões de anos – antes do qual, uma civilização habitou e dominou sobre todo o planeta”.
Wölfflin explica o processo de reconstituição virtual como o mais moderno método de investigação científica do passado: “Como não restaram quaisquer evidências que permitissem a identificação correta dessa raça, nossa equipe foi obrigada a representá-la em referência co-respectiva com os inimagináveis progressos que tal civilização alcançou. Tão magníficos e perfeitos como o desaparecimento completo de sua história”.
O trabalho de pesquisa, desde o começo, mostrou-se de indiscutível complexidade, além disso, os governos que financiaram a pesquisa colocaram seu absoluto sigilo como condição máxima do projeto.
Obviamente os 1.500 volumes produzidos são um material inacessível a qualquer pessoa, por isso Wölfflin tem feito a divulgação da parte que mais nos interessa, desde a época em que os Nohamus se encontravam em um grau evolutivo equivalente ao nosso até sua total destruição com a chamada Renúncia ao Tempo, onde não apenas se apagou a história dos indivíduos e das sodufe (o que chamamos de família), o que é bastante comum, mas também tudo o que foi produzido manualmente ou intelectualmente, todos os fatos, todos os rastros que poderiam ser objeto daquela história, apagou-se inclusive a História.
O processo que levou os Nohamus à Renúncia não está ainda completamente explicado mas é atribuído basicamente a quatro causas principais: A desintegração do UM-Ciacine; o esgotamento do cossurer-siarutan (conjunto de energias e substratos que eles utilizavam para alimentar todos seus sistemas); a guerra biocomercial e a guerra núcleo-fundamental.
O UM foi a mais indescritível conquista da sabedoria Nohamussiana; consistia numa organização social paradimensonal, que possibilitava a todos fazerem exatamente o que queriam, foi sem dúvida a comunidade mais livre de todos os tempos.
É verdade que não foi um processo “limpo”, pois bilhões de Nohamus não foram integrados ao sistema, não tinham narga suficiente (conceito abstrato/concreto criado para permitir trocar qualquer coisa que se tinha por um pouco menos da coisa que se queria) e não resistiram às intempéries tecnológicas que foram geradas com a criação do UM.
O UM foi o resultado de milhões de anos de refinamento tecnológico e científico, foi também uma escolha dos Nohamuss que optaram por concentrar o fornecimento de todas as suas necessidades fisio-tecnológicas num único substrato, o cossurer-siarutan, que permitiu a vida daquela espécie fosse absolutamente maravilhosa, única.
Os estudos daquela comunidade levaram à conclusão de que todos os conflitos que existiam eram fruto do “espaço público”, do comum, de tudo que transcendia o indivíduo, assim, desenvolveram uma tecnologia capaz de reproduzir aquele espaço sem os seus problemas, sem o choque do que pensava cada Nohamu sobre os outros Nohamus.
Assim era a vida, cada um dos Nohamus cuidava de sua unidade e o UM-Ciacine realizava tudo; por administrar toda essa diversidade sem que qualquer problema gerado deixasse de ser incorporado ao sistema como mais um circuito de apoio, era também conhecido como Ciacine, a Neutra (para os Nohamus a questão de gênero também existia fisiologicamente, mas eles não a consideravam); diziam os tera-compêndios científicos da época que ele não se submetia à lei natural da adaptação da parte ao todo, era o todo que se adaptava ao UM.
Contudo, o maior mistério de todos é saber qual foi o erro cometido pelo UM que não pode ser assimilado e que gerou sua desintegração. Pela sucessão de fatos que ocorreu a partir daí, é provável que os Nohamus não o tenham descoberto antes do advento da Renúncia ao Tempo, cataclismo que os baniu da História para sempre.
As poucas centenas de anos passados sob o benefício do UM foram suficientes para desativar quase todas habilidades que lhes permitiam se comunicar com seus semelhantes. Os conflitos cresceram em quantidade e gravidade exponenciais quando eles foram obrigados a se relacionar entre si.
A disputa por narga (instrumento de troca) explodiu e os Nohamus conheceram, pela primeira vez, o que para nossa civilização pode parecer comum mas para eles era, até então, inconcebível, o nohamicídio.
As sodufe (famílias), acostumadas ao amortecimento que o UM fazia do individualismo dos Nohamus e tendo adotado a narga em suas práticas internas, não resistiram à desintegração daquele, assim, desintegraram-se também as sodufe.
Caída a última barreira do coletivo, a regulação do cossurer-siarutan, que inicialmente era feita pelo UM (mas que não era percebida) perdeu-se, e em poucas centenas de anos, este estava esgotado.
Foi por volta dessa época que os Nohamus conheceram a violência, a fome e a doença; poucos agora tinham narga e esta era usada em duas finalidades: produção de remédios (aquela comunidade que sempre havia prevenido, precisou remediar, mesmo sabendo do alto custo dessa política) e armas, estas, extremamente sofisticadas pois construídas com os restos da outrora tão gloriosa tecnologia.
A guerra biocomercial havia começado, bilhões de Nohaums foram assimilados por outros tantos milhões de Nohamus. Seus corpos e mentes eram convertidos em cossurer-siarutan, tomados à força (da necessidade) através da prática de Siam-ailav ou então obtidos através de um intrincado sistema conhecido por Somimus-Noc, que empregava narga por base.
A comunidade dos Nohamus estava de joelhos, dividida em dois grupos: os que tinham narga e cossurer-siarutan para manter uma vida muito semelhante àquela que tinham no UM-Ciacine e ainda acreditavam no significado deste; e outros tantos que, esqueceram-se por completo do UM e de seu significado, não tinham mais cossurer-siarutan, e se dividiam em dois grupos, os Sievaresim e os Menlistas-Fundata.
Os Sievaresim tinham um cotidiano mórbido, sem perspectivas, sem identidade, suas vidas não valiam nada, ou pelo menos, valiam tanto quanto as vidas que foram gastas para a construção do UM.
Já os Menlistas-Fundata eram caracterizados pela sua profunda aversão e ódio ao UM, a seu significado e a todos os Nohamus que se beneficiavam dos restos daquele, acreditavam que agora que aquele não existia mais, A Verdade que a comunidade de Nohamus deveria seguir (custasse o que for) seria revelada, unicamente, através dos Menlistas-Fundata.
Por tanto tempo esses grupos viveram em condições tão diversas dos Nohamus que, na verdade, não eram mais Nohamus, ou pelo menos não eram vistos como Nohamus pelo primeiro grupo (Nohamus privilegiados) e nem viam a si mesmos como Nohamus. Os Sievaresim se achavam inferiores aos Nohamus e os Menlistas-Fundata , superiores.
Voltando um pouco atrás, lembremo-nos que toda narga da comunidade Nohamus foi utilizada no desenvolvimento de remédios e armas, estes por sua vez, baseados no princípio do UM-Ciacine de que “o que abunda não prejudica”, foram combinados e recombinados, milhões de vezes pelos Nohamus, até que se produziu...
... o TERROR, aquilo que faria os Nohamus sumirem para sempre da memória deste planeta, uma substância capaz de vaporizar toda e qualquer forma de vida, ou, mesmo que sem vida, desde que tivesse sido tocada pela vida de alguma forma, baseada na antiga tecnologia Raelcun, acrescida de várias inovações, ficou conhecida como Rama-Acigoloib.
Infelizmente não se descobriu o motivo pelo qual se produziram quantidades tão fabulosas dessa substância, considerando que bastava o uso de uma pequena porção para destruir a todos.
Sem cossurer-siarutan os Sievaresim e os Menlistas-Fundata se encaminhavam rapidamente para o Fim e, mesmo assim, esse ainda pode ser adiantado (este é considerado o maior feito do período de derrocada da civilização Nohamus); como a quantidade de cossurer-siarutan já era mesmo insuficiente, eles trocaram, com os Nohamus, o que restara daquilo e da narga por uma pequena quantidade de Rama-Acigoloib.
Também não se sabe até hoje porque os Nohamus fizeram a troca, alguns dizem que era o velho apego à narga, outros que foi a necessidade de cossurer-siarutan.
Acionada, a Rama-Acigoloib levou um segundo para apagar milhões de anos da civilização Nohaums e outros 700 milhões de anos para permitir que algum tipo de vida voltasse a ocupar esse planeta.
O UM-Ciacine, os Nohamus e tudo o que eles haviam construído e o que mais prezavam foi destruído. Suas regras, de que o planeta deveria se adaptar ao Um-Ciacine, e de que esse sistema era confiável e suficiente para transcender a distância entre o “eu” e o “outro”, livrando cada Nohamu dessa responsabilidade, desapareceram para sempre...


Aureo Marcus Makiyama Lopes


Epílogo: As palavras incompreensíveis são anagramas, embaralhamento de letras, exemplo: Nohamus = Humanos; narga = grana; UM-Ciacine = Ciência, e outros sentidos conforme a frase; sodufe = feudos; Somimus-Noc = consumismo; Rama-Acigoloib = Arma Biológica.

A mulher, o Mal e a Civilização.

Na mulher sempre se encarnam os mistérios perturbadores da natureza; os mistérios que evocavam O Desconhecido. O desconhecido não nos permite controla-lo, nos supreende, nos submete, e para nós, simples mortais, o desconhecido é o mal.

A natureza é o caos imprevisível se não acreditamos numa ordem divina e bondosa que a ordena. A natureza da vida na Terra é o mal. A mulher é a encarnação da natureza e a encarnação do mal. Lógicas como essa fazem par com a obra 'O martelo das feiticeiras'.

E a humanidade consegue se libertar desse domínio quando se liberta da natureza, quando dá forma e ordem ao caos, quando separa espírito de matéria e mente de corpo. Essa foi a época de ouro da humanidade, a época da Razão. Afundada depois na lama, por duas guerras mundiais e muito mais.

As mulheres que resistiram à essa nova ordem, à separação e à negação da natureza, foram chamadas de bruxas.

As que adotaram, ou aparentavam adotar, as leis morais, foram chamadas de nobres, belas.

E as que renegaram completamente sua natureza, o mal-dito mal, e se dedicaram ao invisível e ao espiritual e ao não material, inclusive com a caridade, foram chamadas de santas.

Hoje, cada vez mais, simplesmente mulheres. melhor assim

A deusa e a marionete.

Uma Deusa da Vida governava um reino celestial, como tantas outras deusas fazem em tantos reinos destes que existem por aí – a olhos não vistos – em cada esquina do universo.

Um golpe de Estado, pelos malvados de plantão, colocou seu coração a prêmio e sabe-se bem que o coração é a cabeça de toda deusa da vida; ela para se proteger fugiu escondida dentro de uma semente, pois tomar formas variadas é coisa dos deuses.

Veio parar mais distante do que imaginava, no planeta Terra e, não podendo revelar-se em sua incendiária beleza e natureza às pessoas, resolveu adormecer, ainda como semente, em um corpo de uma menina.

Ao longo da vida de menina que se transformava em mulher, esta tornou-se um terreno irregularmente fértil, algumas áreas pedregosas, outras arenosas e outras espinhosas, mas na terra fértil, ahh, como crescia o amor.

A deusa, respeitando a natureza da hospedeira, floresceu também irregularmente luminosa: quando a mulher falava, andava, gesticulava, pensava e amava, alternava ou misturava a mais pura luz com águas turvas.

A mulher-moça que portava esse incêndio todo de vida, já escorria amor e vazava luz pelas frestras que se abriam em seu delicioso corpinho (e a todos encantava com isso), mas a deusa sentiu que dar mais àquela mulher seria matá-la. Por outro lado, simplesmente sair dela não seria crueldade menor.

Como fazer para que a vida ficasse nela e saísse dela ao mesmo tempo, para preservar-lhe a vida do excesso e da ausência de luz? A deusa, a pedido de Maria, deu-se lhe então, em seu ventre, mais de seu sêmen, e neste, a promessa de uma companhia para dividir com ela o fardo e a aventura de portar a vida e o amor.

A democracia é má.

Não fosse a troca constante de governos, cada um prometendo – e depois descumprindo – sistematicamente a mesma coisa; e se não fosse nossa memória curta, perceberíamos que as mesmas pessoas, ou grupo de pessoas se alternando entre seus pares, vêm fazendo a mesma coisa – errada, ignóbil e indesculpável – há muito tempo.
Não fosse a democracia, troca constante de governo, e esta falsa impressão de renovação, todos já estariam bastante indignados com a repetição dos mesmos e das mesmas coisas.
Sem a impressão de que as coisas são diferentes, ou pelo menos de que poderiam ser diferentes, o sistema representativo já teria ruído, mas a anarquia decorrente de tal ruptura seria pior do que o regime que temos hoje.

Super-heróis discutem a aplicação do direito

Batman: A lei ajuda os bandidos, nada tem a ver com a justiça, então não me interessa.

He-man: não é assim amigo, a lei é muito importante para a sociedade, uma sociedade que não tem leis perfeitas deve aprimorá-las para que as possa ter um dia. É a lei que dirige o punho e a espada da justiça para a aplicação correta.

Jaspion: como não temos leis universais, tenho lacunas legais constantes em meu trabalho quando enfrento monstros vindos do espaço sideral, aí, sem repositório oficial para considerar, acabamos resolvendo as pendengas com soluções caso a caso.

He-man: isso não é lei, é casuísmo, ainda que vc use o mesmo golpe para matar os monstros, voce deveria dar o exemplo humano superior de pautar-se por regras pré-auto-dispostas, ainda que seus inimigos não as seguissem, como pretendem os brasileiros, ignoram os americanos e fazem os príncipes de contos de fadas.

Batman: nas ruas, não existe isso que voce está falando, só existe a força, uma força maior que derrota uma força menor e que lhe impõe a morte ou outra punição definitiva. Não há tempo de aplicar a lei durante um tiroteio, durante uma perseguição e numa negociata para salvar a vida de alguém. Os advogados são chamados depois para justificar o que teve de ser feito, dando depois, e não na hora necessária, uma chance ao mais fraco.

A escravidão, a miséria e a maldição.

O que ama é um escravo, o que não ama é um miserável e aquele que oscila entre um papel e outro é um maldito.

A busca do escravo é ser livre, a do miserável, a abundância e o maldito busca a segurança de quem permanece onde está.

Mas ser livre é deixar de amar, e se tornar maldito ou miserável. Abundar é amar e ser escravo ou oscilar. Mas permanecer pode se fazer escravo, como miserável ou como maldito.

A culpa disso não é dos jogadores, por princípio, mas da natureza, que é má, embora nela, como seres naturais, também sejamos maus.

E se dela saímos por nossa cultura, força ou conhecimento, é para nos colocarmos como um mal ainda maior, como a ... evolução do mal. Para ferir e sermos feridos, ignorar e sermos ignorados, e destruir e sermos destruídos, a cada minuto, pelo tempo.

Em tempos determinados da vida, por outros malditos, escravos e miseráveis, como nós e, ao longo e por toda ela, por nós mesmos.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

poesia trágica

O fantasma insuspeito que carregas em teu peito me contou,
teu estranho segredo de adolescência,
que de morte atroz teve o teu amor veloz,
que, mal nascido, já desabou dos parapeitos suspensos da babilônia.

a vida da caixinha acaba no caixão

Uma folhagem tipo savóia nasceu dentro de uma caixa cigana vertida de tecido avermelhado. as outras caixas ao redor encheram-se de inveja: ora, quem ela pensa que é para nos humilhar dizendo que não somos uma boa caixa só porque não nos nascem verdinhas plantas? só porque nosso vazio não transborda?

- pois terás um triste fim, amaldiçoou-a a caixa anciã.

- E nesse momento não terás mais tua plantinha vaidosa e intrometida para te enfeitar. nisso ouviu-se uma estonteante música de um violoncelo.

A folhagem dançou para o seu amor, mas as caixas e as caixinhas mantiveram-se senhoras de seu destino. cada uma delas balbuciava baixo que sua alegria de vida não lhes demorava a chegar: encontrariam todas e cada uma por si, um caixão que lhe abrigasse, e por todos os tempos vindouros, ali com-nele sossegar, aninhada e protegida, da maldade do mundo.

torneira

Ele, um nórdico, se inclina invasivamente para a frente, com seu corpo de aço, enquanto permanece ladeado de seus úteis e atarracados comparsas. há contudo uma cortina húmida de gotículas que os separam de nós. ainda assim, aparte, pretende nos inspirar, mais eis que um dedo mágico risca o seu corpo, ou seria a vidraça envaporada? superfície ou substancia? e o dedo nos deua a visão. a visão que já tínhamos, porque esse toque de agora sempre esteve lá. nasceram juntos o risco e o riscado e em criogenia fotográfica existirão eternamente, sem que saibamos jamais se um existiria sem o outro.

Os problemas agem em bando

Fernando acidentou-se na rua da lanchonete em que faz seu lanche à tarde. O que sucedeu-se é que foi atropelado por um problema que dirigia uma caminhonete em alta velocidade (ocorreu que seu irmão foi abandonado pela mulher e queria morar um tempo em sua casa). O motorista desceu e ficou ali a seu lado. Logo juntou-se um pedestre curioso (seu chefe lhe deu um projeto urgente para finalizar no fim-de-semana). A partir daí foram se ajuntando a Fernando vários problemas, alguns novos, outros antigos e seus conhecidos de longa data. E ficavam a volta do acidentado, e este não conseguia fazer nada para impedir aquele aglomerado que cada vez mais o oprimia. Desde o acidente, Fernando ouvia vozes. No início soavam fortes, conselhos de amigos e familiares, uma “caída de ficha” ao ouvir “levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima”, uma benção do padre e incontáveis apelos da mulher. Mas mais e mais problemas chegavam em volta do acidentado para ver o que havia acontecido, porque ali havia muita gente, deveria haver algo interessante (ah, os problemas, esses desocupados...) e quanto mais chegavam, mais sufocavam a Fernando e menos, e cada vez mais distante, ele conseguia ouvir as vozes que lhe diziam para sair dali. Passados seis meses (porque os problemas, ao contrário das pessoas, não precisam ir embora trabalhar, aquilo é o trabalho deles...), ele se levantou e foi se embrenhando na multidão que o cercava. Era uma selva intransponível, pensou, mas continuou caminhando. Por muito tempo caminhou e estava a desanimar, de tantas voltas que havia dado, até que, de repente, ao desvencilhar-se de um problema aterrador, viu-se saído da selva e debaixo de um céu ensolarado e brilhante. Parado ali, exausto, respirava profundamente e o admirava. Um velho que tudo havia visto, lhe disse: - foi por pouco rapaz, já vi bons homens e mulheres que, passado o tempo que para ti passou, não mais se levantaram do local do primeiro acidente e lá ficaram até que morreram sufocados; outros ainda, adentraram na selva, mas perderam-se e, ao minguar da 7ª lua, desistiram de procurar a saída e sentaram-se ao chão e deixaram-se devorar pela terra. Rapaz, deixe eu lhe dar um conselho de velho, das próximas vezes, sim haverão, vê se olha por onde anda...