sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Ferreira Gullar: cabra bom.

Veja a entrevista completa em: http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/politica-cia/ferreira-gullar-uma-visao-critica-das-coisas/

E os trechos ímpares:

"A luta dos trabalhadores, o movimento sindical, a tomada de consciência dos direitos, tudo isso fez melhorar a relação capital-trabalho. O que está errado é achar, como Marx diz, que quem produza riqueza é o trabalhador e o capitalista só o explora. É bobagem. Sem a empresa, não existe riqueza. Um depende do outro. O empresário é um intelectual que, em vez de escrever poesias, monta empresas. É um criador, um indivíduo que faz coisas novas."
 
"A força que torna o capitalismo invencível vem dessa origem natural indiscutível. Agora mesmo, enquanto falamos, há milhões de pessoas inventando maneiras novas de ganhar dinheiro. É óbvio que um governo central com seis burocratas dirigindo um país não vai ter a capacidade de ditar rumos a esses milhões de pessoas. Não tem cabimento."

"Não posso defender um regime sob o qual eu não gostaria de viver. Não posso admirar um país do qual eu não possa sair na hora que quiser. Não dá para defender um regime em que não se possa publicar um livro sem pedir permissão ao governo. Apesar disso, há uma porção de intelectuais brasileiros que defendem Cuba, mas, obviamente, não querem viver lá de jeito nenhum. É difícil para as pessoas reconhecer que estavam erradas, que passaram a vida toda pregando uma coisa que nunca deu certo."

"O capitalismo é uma fatalidade, não tem saída. Ele produz desigualdade e exploração. A natureza é injusta. A justiça é uma invenção humana. Um nasce inteligente e o outro burro. Um nasce inteligente, o outro aleijado. Quem quer corrigir essa injustiça somos nós. A capacidade criativa do capitalismo é fundamental para a sociedade se desenvolver, para a solução da desigualdade, porque é só a produção da riqueza que resolve isso. A função do estado é impedir que o capitalismo leve a exploração ao nível que ele quer levar."

"Quando ouço alguém dizer que as famílias internam os filhos porque querem se ver livres deles, só posso pensar que essa pessoa gosta dos meus filhos mais do que eu. Nunca viu meu filho, mas ama meu filho mais do que eu. Absurdo. Você não sabe o que é uma família ter um filho esquizofrênico. Além do problema do tratamento, existe o desespero de não saber o que fazer."

"O mundo aparentemente está explicado, mas não está. Viver em um mundo sem explicação alguma ia deixar todo mundo louco. Mas nenhuma explicação explica tudo, nem poderia. Então de vez em quando o não explicado se revela, e é isso que faz nascer a poesia. Só aquilo que não se sabe pode ser poesia."

"Com o avanço da idade, diminuem a vontade e a inspiração. A gente passa a se espantar menos. Tem poeta que não se espanta mais, mas insiste em continuar escrevendo, não quer se dar por vencido. Então ele começa a escrever bobagens ou coisas sem a mesma qualidade das que produzia antes. Saber fazer ele sabe, mas é só técnica, falta alguma coisa. Não se faz poesia a frio. Isso não vai acontecer comigo. Sem o espanto, eu não faço.

Escrever só para fazer de conta, não faço. Eu vou morrer. O poeta que tem dentro de mim também. Tudo acaba um dia. Quando o poeta dentro de mim morrer, não escrevo mais. Não vou forçar a barra. Isso não vai acontecer."

Grifos meus.

PS. Contei os trechos, e embora cada um seja ímpar em si, no conjunto (8) eles são pares.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

O que Luiz Gonzaga e Leonard Cohen têm em comum?







"...cada um nasceu, prá falar, prá dizer, de forma diferente o que todo mundo sente." (Raul Seixas - Ave Maria das Ruas)

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Torna-te o que tu és... Como assim?

Há alguns anos uma frase tem me intrigado e ainda que certo de sua verdade nunca consegui alcançar-lhe o significado:

"Torna-te o que tu és!"

Pois não é que hoje, folheando despretensiosamente uma revista, leio a entrevista de Ana Cecília Carvalho (autora de 'O livro neurótico de receitas') e me deparo com a solução:

"Deixe de ser o que tu eras e torna-te o que tu és!"

Há também a contribuição da Eliane Brum, que tinha um con-texto maior, mas que cai muito bem aqui: "Sempre fomos, mas tornar-se é saber que se é."

E aí vejo que voltamos a outro mandamento central - "Conhece-te a ti mesmo" - ou, em latim, nosce te ipsum.


terça-feira, 18 de setembro de 2012

Adoro mistureba!


Adoro mistureba. E esse mestre fez uma bem legal

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

A minha vida. Do meu jeito.

Linda música e interpretação sobre tomar as suas decisões e viver a própria vida com coragem:


terça-feira, 4 de setembro de 2012

Olhos de neon


Espelhos d'água para um mergulho rápido;
Águas caribenhas com peixinhos plim;
Apenas olhos de um neon azul pueril;
Dados a vagar devagar demais;

Adormecido o dia, enfastiado da beleza,
Deram de beber aos gênios das garrafas,
E reconciliaram Deus e o Diabo,

Que decidiram morar juntos,
E tiveram um monte de filhinhos,
E enquanto Deus cozinha,
Medita na beleza nada pueril de sua família.

sábado, 1 de setembro de 2012


Para quem gosta de viagens intimistas, insólitas e de Pink Floyd.
Um clássico (sempre atual): Força para lutar, leveza para perdoar e discernimento para distinguir a hora de cada coisa.