Veja a entrevista completa em: http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/politica-cia/ferreira-gullar-uma-visao-critica-das-coisas/
E os trechos ímpares:
"A luta dos trabalhadores, o movimento sindical, a tomada de
consciência dos direitos, tudo isso fez melhorar a relação
capital-trabalho. O que está errado é achar, como Marx diz, que quem
produza riqueza é o trabalhador e o capitalista só o explora. É bobagem.
Sem a empresa, não existe riqueza. Um depende do outro. O empresário é
um intelectual que, em vez de escrever poesias, monta empresas. É um
criador, um indivíduo que faz coisas novas."
"A força que torna o capitalismo invencível vem dessa origem natural
indiscutível. Agora mesmo, enquanto falamos, há milhões de pessoas
inventando maneiras novas de ganhar dinheiro. É óbvio que um governo
central com seis burocratas dirigindo um país não vai ter a capacidade
de ditar rumos a esses milhões de pessoas. Não tem cabimento."
"Não posso defender um regime sob o qual eu não gostaria de viver. Não
posso admirar um país do qual eu não possa sair na hora que quiser. Não
dá para defender um regime em que não se possa publicar um livro sem
pedir permissão ao governo. Apesar disso, há uma porção de intelectuais
brasileiros que defendem Cuba, mas, obviamente, não querem viver lá de
jeito nenhum. É difícil para as pessoas reconhecer que estavam erradas,
que passaram a vida toda pregando uma coisa que nunca deu certo."
"O capitalismo é uma fatalidade, não tem saída. Ele produz desigualdade e
exploração. A natureza é injusta. A justiça é uma invenção humana. Um
nasce inteligente e o outro burro. Um nasce inteligente, o outro
aleijado. Quem quer corrigir essa injustiça somos nós. A capacidade
criativa do capitalismo é fundamental para a sociedade se desenvolver,
para a solução da desigualdade, porque é só a produção da riqueza que
resolve isso. A função do estado é impedir que o capitalismo leve a
exploração ao nível que ele quer levar."
"Quando ouço alguém dizer que as famílias internam os filhos porque
querem se ver livres deles, só posso pensar que essa pessoa gosta dos
meus filhos mais do que eu. Nunca viu meu filho, mas ama meu filho mais
do que eu. Absurdo. Você não sabe o que é uma família ter um filho
esquizofrênico. Além do problema do tratamento, existe o desespero de
não saber o que fazer."
"O mundo aparentemente está explicado, mas não está. Viver em um mundo
sem explicação alguma ia deixar todo mundo louco. Mas nenhuma explicação
explica tudo, nem poderia. Então de vez em quando o não explicado se
revela, e é isso que faz nascer a poesia. Só aquilo que não se sabe pode
ser poesia."
"Com o avanço da idade, diminuem a vontade e a inspiração. A gente
passa a se espantar menos. Tem poeta que não se espanta mais, mas
insiste em continuar escrevendo, não quer se dar por vencido. Então ele
começa a escrever bobagens ou coisas sem a mesma qualidade das que
produzia antes. Saber fazer ele sabe, mas é só técnica, falta alguma
coisa. Não se faz poesia a frio. Isso não vai acontecer comigo. Sem o
espanto, eu não faço.
Escrever só para fazer de conta, não faço. Eu vou morrer. O poeta que
tem dentro de mim também. Tudo acaba um dia. Quando o poeta dentro de
mim morrer, não escrevo mais. Não vou forçar a barra. Isso não vai
acontecer."
Grifos meus.
PS. Contei os trechos, e embora cada um seja ímpar em si, no conjunto (8) eles são pares.
sexta-feira, 28 de setembro de 2012
segunda-feira, 24 de setembro de 2012
O que Luiz Gonzaga e Leonard Cohen têm em comum?
"...cada um nasceu, prá falar, prá dizer, de forma diferente o que todo mundo sente." (Raul Seixas - Ave Maria das Ruas)
quinta-feira, 20 de setembro de 2012
Torna-te o que tu és... Como assim?
Há alguns anos uma frase tem me intrigado e ainda que certo de sua verdade nunca consegui alcançar-lhe o significado:
"Torna-te o que tu és!"
Pois não é que hoje, folheando despretensiosamente uma revista, leio a entrevista de Ana Cecília Carvalho (autora de 'O livro neurótico de receitas') e me deparo com a solução:
"Deixe de ser o que tu eras e torna-te o que tu és!"
Há também a contribuição da Eliane Brum, que tinha um con-texto maior, mas que cai muito bem aqui: "Sempre fomos, mas tornar-se é saber que se é."
E aí vejo que voltamos a outro mandamento central - "Conhece-te a ti mesmo" - ou, em latim, nosce te ipsum.
"Torna-te o que tu és!"
Pois não é que hoje, folheando despretensiosamente uma revista, leio a entrevista de Ana Cecília Carvalho (autora de 'O livro neurótico de receitas') e me deparo com a solução:
"Deixe de ser o que tu eras e torna-te o que tu és!"
Há também a contribuição da Eliane Brum, que tinha um con-texto maior, mas que cai muito bem aqui: "Sempre fomos, mas tornar-se é saber que se é."
E aí vejo que voltamos a outro mandamento central - "Conhece-te a ti mesmo" - ou, em latim, nosce te ipsum.
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terça-feira, 18 de setembro de 2012
Adoro mistureba!
Adoro mistureba. E esse mestre fez uma bem legal
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quarta-feira, 5 de setembro de 2012
A minha vida. Do meu jeito.
Linda música e interpretação sobre tomar as suas decisões e viver a própria vida com coragem:
terça-feira, 4 de setembro de 2012
Olhos de neon
Espelhos d'água para um mergulho rápido;
Águas caribenhas com peixinhos plim;
Apenas olhos de um neon azul pueril;
Dados a vagar devagar demais;
Adormecido o dia, enfastiado da beleza,
Deram de beber aos gênios das garrafas,
E reconciliaram Deus e o Diabo,
Que decidiram morar juntos,
E tiveram um monte de filhinhos,
E enquanto Deus cozinha,
Medita na beleza nada pueril de sua família.
sábado, 1 de setembro de 2012
Um clássico (sempre atual): Força para lutar, leveza para perdoar e discernimento para distinguir a hora de cada coisa.
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