domingo, 1 de fevereiro de 2015

A fábula do tigre, o capitalista e o socialista.

Era uma vez uma longínqua e grande aldeia que se situava à beira de uma densa floresta. Nela vivia um tigre, que os habitantes da aldeia diziam ser a boca da floresta, por onde ela se alimentava.

Todos os dias, o tigre vinha a aldeia e levava um habitante embora para alimentar a natureza. O chefe dizia que o tigre vinha apenas uma vez e levava apenas uma pessoa porque ele - o capitalista - impedia que o tigre viesse e devorasse a todos. Por isso lhe cabiam as melhores coisas da aldeia, tantas que ele até se entediava delas.

Um dia, dentre os habitantes da aldeia, surgiu um grupo - liderado pelo socialista - que dizia ser uma farsa o que o capitalista fazia, e que eles precisavam de um novo chefe, e que a partir daí, o tigre não viria mais nenhum dia à aldeia, nem levaria mais ninguém.

Claro que o primeiro grupo não aceitou bem a proposta, mas depois de sangrentas batalhas, os habitantes da aldeia decidiram que deveria haver um teste, para ver qual era o líder mais competente para guiá-los, se o capitalista ou o socialista.

O teste era que ambos deveriam ir a floresta enfrentar o tigre, e o que voltasse vivo se mostraria o mais capaz. Logo, ambos vestiram-se apropriadamente com suas armaduras para a batalha e adentraram à floresta. Os habitantes ficaram tensamente esperando à beira da floresta. Quando o dia estava quase se apagando, saiu da floresta, sem sua armadura mas vitorioso, o capitalista.

Foi aclamado pelo povo. Agora voltaria a haver paz na aldeia. Tudo voltou ao que era antes. Mas ninguém ousava perguntar sobre o que havia acontecido com o terrível tigre.

Um velho conselheiro, muito próximo ao chefe, resolveu lhe perguntar o que acontecera lá...

Ele respondeu: Mantenha segredo sobre isso, mas foi relativamente simples. Ao nos depararmos com a Fera, percebemos que seria inútil tentar derrotá-la. Rapidamente me pus a tirar todos os meus petrechos.

Quando o socialista me falou: Você está louco, acha que conseguirá correr mais rápido que o tigre só porque tirou estas roupas?

Respondi-lhe: Não preciso correr mais rápido que o tigre, basta correr mais rápido que você!!!

Moral da história: Olhando para a quantidade de violações aos direitos das pessoas, nacional e internacionalmente, atreladas, causadas ou esquecidas por causa de instabilidades políticas e econômicas, acho que podemos concluir que o objetivo do sistema atual de governança global não é atender as necessidades humanas (correr mais rápido que o tigre), mas apenas fazer o mínimo suficiente para vencer as alternativas que se apresentam para substituí-lo

Nenhum comentário:

Postar um comentário